novembro 29, 2008

Inverdades

Minha irmã falou que eu sou feio.
E eu falei pra ela que ela era boba.
Papai me falou que se eu comer tudo vou ficar bem grande.
E mamãe me falou que quando crescer minha vida vai mudar.
Minha prima falou que se eu quiser posso passar na casa dela.
E meu primo falou que se me pegar olhando pra irmã dele de novo ele me pega.
Minha avó falou algo que não entendi.
E meu avô ficou rindo do programa na televisão.
Meu melhor amigo falou que sábado não tem como a gente sair.
E minha namorada me disse que está com dor de cabeça.
Meu chefe falou que meu salário vai aumentar.
E a minha namorada continua com dor de cabeça.
Minha sogra falou que sou um bom partido.
E meu melhor amigo falou que a comida da minha mulher é a melhor.
Minha filha falou que precisava de ajuda com os deveres.
E eu falei que não tinha tempo pra isso.
Minha vizinha falou que precisava do forno emprestado pra fazer um bolo.
E o bolo queimou devido ao esquecimento do mesmo.
Minha filha pediu dinheiro pra ir ao shopping.
E minha mulher pediu o divórcio.
Minha filha falou que vai fugir de casa.
E minha sogra não quer divisão de bens.
Minha filha falou que não vai fazer besteira por causa da separação.
E meu melhor amigo vai se casar com o amor da sua vida.
Minha neta nasceu faz cinco meses.
E meus óculos já não são tão bons.
Minha vizinha trouxe uma camisa no meu aniversário.
E agora ela está lavando a louça do jantar.
Minha neta me disse que vem me visitar nas férias.
E amanhã vou comprar um lindo presente para ela.
Resolvi ficar em casa porque já era tarde.
E mais tarde tem jogo da seleção.

Suicídio

Um homem cruza o umbral da porta de seu quarto, caminha, decidido em seu caminho.
Ao passar em frente ao quarto de sua filha, pára, indeciso em seu caminho.
Quando ouve o cachorro do vizinho uivando, retoma, decidido em seu caminho.
Ao sentir o aroma e o frescor da noite, demorasse, indeciso em seu caminho.
Vendo as marcas de sangue em suas mãos, continua, decidido em seu caminho.
Quando iluminado pela lua cheia de março, devaneia, indeciso em seu caminho.
Mas ao ver a rua escura e deserta, decide, o seu caminho.
Mesmo após o tempo passado e as horas de caminhada, decidido, está o seu caminho.
Sabendo que este tempo não está perdido, pela última vez, reflete sobre seu caminho.
E como lampejo final, o mendigo em seu caminho.
Fica notório saber que o estouro da calma foi o último passo do caminho.

novembro 16, 2008

HINO A GOIÂNIA

Letra: Anatole Ramos
Música: João Luciano Curado Fleury

Vinde ver a cidade punjante
Que plantaram em pleno sertão,
Vinde ver este tronco gigante,
De raízes profundas no chão

Vinde ver a Goiânia de agora,
A cumprir seu glorioso destino,
Brasileiros e gente de fora,
E cantais vós também o seu hino.

Construída com esforços de heróis
É um hino ao trabalho e a cultura.
O seu brilho qual luz de mil sóis,
Se projeta na vida futura.

Vinde ver a Goiânia de agora,
A cumprir seu glorioso destino,
Brasileiros e gente de fora,
E cantais vós também o seu hino.

Capital de Goiás foi eleita,
Desde o berço em que um dia nasceu,
Pela gente goiana foi feita,
Com seu povo adotado cresceu.

novembro 12, 2008

Ode A Agonia

Chorando as mágoas hoje, apenas,
Incrível coração dilacerado
Só, somente só,
Por nunca descreveres a verdade,
Omite-a em falsas palavras deturpadas,
Com uma falsa verdade social e puritana,
Mantendo aparências, mantendo caráter,
Mas, por que simplesmente não aceitas?
A dolorida consciência de acreditar em vão
Pobre coração, por que te apaixonas tão fácil?
Maldito coração, porque não pensas em mim?
Fica aí, se deixando levar,
Por falsos amigos, por falsos ídolos,
Por falsos amores, infundados amores,
E o pior de tudo é a dúvida, insana dúvida,
De quem é a culpa?
Do cérebro, massa cinzenta motriz do ser,
Ou da vida, que não dá brecha para o descanso...
Por muito tempo agüento
A desonrosa, pútrida, vadia,
Que brinca comigo do nascer do dia,
Ao por do sol esquecido e solitário
Vida!
Porque não se cansas de mim e vai brincar com outro
Alguém forte, decidido, poderoso,
Soberano do seu próprio destino
Sabes que sou apenas um menino,
Que cresceu, mas não sabe andar,
Que cresceu e quer apenas acreditar...
Amor!
Frio, calculista, variável,
Amargo, efêmero, incontrolável,
Amaldiçôo-te todos os dias,
Pois não mereces consideração minha,
Sempre faço e desfaço o possível
Sempre escolho, analiso e sintetizo,
Personifico-o na forma de um ser
A vontade de simplesmente ter
Felicidade um dia, quem sabe, quando...
Falta métrica, falta rima, falta sina
Sou um mero poeta idealista
Que tenta compensar a falta de categoria
Com a motivação do seu dia-a-dia
Um desejo insano, profano e mundano,
Mas um simples e puro desejo de menino
Que ouviu um dia dizer de um andarilho
Que sábio é aquele que sabe ver
As pequenas e valorosas coisas ao anoitecer...
E por esse caminho ele resolver ser
Um caminho correto, árduo e honroso,
Sonhando e acreditando em um final bondoso
Com um pote de ouro para que ele tenha gozo
Mas pobre menino da poesia fraca
Além de poeta, é pobre, panaca
Ainda acredita em contos de fada
Se der sorte terá pelo menos uma salvaguarda
E mesmo depois de saber
Que sendo certo irá perecer
Mas sendo errado sua verdade irá prevalecer
Escolhe o caminho das pedras
O caminho que não trará dignidade
Pois não será digno sendo justo
O caminho que não provirá recompensas
Pois é necessário enganar para ter lucro
O caminho em que o amor,
Provavelmente não estará...
E depois desse poema medíocre e extremista
Finalizo, pois, mais um sôfrego dia,
Indo dormir acreditando, que,
Talvez se eu aprender a não sofrer,
Crescer e crescer,
Minha alma encontre redenção ao amanhecer...
Desejando a mim mesmo, Tenha um ótimo Novo dia!

novembro 11, 2008

O GATO QUE CAIU NO MELADO

Já faz alguns dias que me bateu uma vontade tremenda de escrever, não sei por quê. Acho que tem a ver com o fato de não ter nada motivante na minha vida neste momento, além dos complexos de sempre. Bem, faltava então, um tema, e eis que o merdinha apareceu hoje! Creio que tem muito a ver com uma cena um tanto quanto interessante que vi na faculdade, antes de vir para casa. Não que a cena fosse chocante, ou algo do gênero, mas foi algo que me fez pensar e refletir sobre o fato de que, as pessoas realmente são seres mudam com facilidade, desde que isso seja mais interessante pra si próprias. Soma-se isso ao fato de ontem eu ter batido um papo muito interessante sobre cruzar a linha da maturidade, e o fato de ter assistido um filme, no mínimo, cabuloso, absurdo e agoniante, que retrata com clareza a mediocridade humana... “Dogville” se possível, assistam... Bem, essa puta vontade de escrever veio, faltava uma idéia, uma tema, uma ação, mas tudo clareou após os eventos contados acima, então, decidi por escrever um texto incoerente, confuso e desconcertante, sobre nada e algo ao mesmo tempo, simplesmente pra retratar o que todo mundo vê, mas ninguém enxerga. Ah, isso também é uma declaração de amor... Roubando um título de um amigo meu, o qual devo várias honras, com vocês, a mais recente produção da minha mente insana, da série "Textículos":

TÍTULO dois pontos O GATO QUE CAIU NO MELADO PARÁGRAFO personagem um pergunta Era pra ser um texto cômico ponto de interrogação personagem dois responde Não vírgula romance reticências CORTA Mas o padeiro não deveria ter entregado os pães hoje vírgula é sexta hífen feira vírgula ninguém come pão na sexta hífen feira hífen pensou ponto Então a Dona Maria retirou hífen se da sala do assassino e dirigiu hífen se para a porta vírgula pensando no fato de que a missa de domingo não poderia acontecer normalmente vírgula visto que não conseguiriam comer todo pão até aquele evento ponto CORTA E hoje na sala de aula a professora pergunta para o atordoado aluno abre parênteses protagonista vírgula o herói da história fecha parênteses porque ele não havia concluído a tarefa que fora proposta ponto E nisto o aluno responde dois pontos abre aspas não tive tempo fecha aspas ponto Ao ouvir isso a irreverente e dinâmica professora responde com todo abre aspas ar de graça fecha aspas que possui dois pontos abre aspas tudo bem vírgula você pode fazer esta matéria no semestre que vem fecha aspas ponto CORTA PARÁGRAFO personagem um pergunta Mas então vossa senhoria deveria abordar o tema de forma mais sucinta vírgula talvez levar rosas ou uma caixa de bombons ponto de interrogação personagem dois responde Sim vírgula seria o prudente a se fazer vírgula mas neste meu vasto tempo de vida percebi que a prudência não funciona bem com todas ponto Para algumas é necessário se arriscar mais vírgula ousar mais vírgula uma tal de teoria de abre aspas mulher maçã fecha aspas ponto CORTA Rapidamente Dona Maria retorna para sua residência e começa a escrever cartas de despedia aos seus netos vírgula sabendo do destino que a esperava ponto Naquele momento soube que o padeiro era algo mais que um simples padeiro, ele também era reticências CORTA Ao ouvir a célebre porém ofensiva frase vírgula o aluno tenta desconversar sabendo com clareza que agora vírgula abre aspas o seu tava na reta fecha aspas ponto Neste momento aquele suor frio característico se manifesta na forma de uma gotícula que desce gelada pela espinha vírgula e pensa dois pontos fudeu ponto de exclamação CORTA PARÁGRAFO personagem um pergunta Então nobre colega vírgula o que o impede de domar e tomar o coração da jovem senhorita vírgula que se encontra confusa e abandonada ponto de interrogação personagem dois responde Problema em si não há vírgula caro companheiro vírgula apenas o fato daquela insegurança pertinente a todo coração que se encontra perturbado vírgula sem saber se está realmente apaixonado vírgula acho que vou cumprir com o prometido vírgula vou escrever uma carta de amor reticências CORTA o açougueiro turco disfarçado de alemão com sotaque japonês e idéias portuguesas na forma de vender o seu produto ponto Ora pois ponto de exclamação Isso é inconcebível hífen pensou hífen vírgula não existe cachorro quente de carne vírgula muito menos pão na sexta hífen feira ponto Resolveu então ir falar novamente com o assassino vírgula e encomendar um serviço discreto reticências CORTA abre aspas não vírgula ainda não fudeu fecha aspas Retira então de sua mochila um calendário vírgula munido de muita esperança vírgula e começa a verificar a possibilidade de agenciamento do seu horário na semana vírgula visto que o tempo era seu aliado e seu pior inimigo ponto Ao verificar que não possuía tempo algum vírgula e que não possui nenhum material para efetivação do trabalho vírgula a mesma voz interior grita a plenos pulmões dois pontos abre aspas agora fudeu vírgula fudeu mesmo ponto de exclamação fecha aspas CORTA PARÁGRAFO FINAL personagem um pergunta Então o que está esperando ponto de interrogação Tenho certeza que você terá o dom de conquistar a senhorita com isto vírgula uma atitude sincera ao escrever a carta vírgula e a ternura de suas palavras para acalentar aquele coração solitário ponto segundo personagem responde Preciso apenas achar minha caneta e um papel que possa reproduzir o início de tudo ponto Quero mostrar a craseado ela como me sinto em relação a tudo vírgula quero mostrar que sou apenas um frágil felino envolvido na doçura do seu melado vírgula esse melado que me conquistou vírgula que me envolveu como um todo e que me fez querer mais ponto final CORTA O assassino que na verdade era argentino vírgula foi encontrado pela Dona Maria sentado em sua poltrona com um chapéu de padeiro cobrindo sua cabeça vírgula enforcado hífen o vírgula e um cutelo atravessado em seu coração ponto Ao ver a cena Dona Maria entendeu que o mistério havia sido resolvido vírgula com todos os três personagens que na verdade eram um mortos no final vírgula fazendo com que a perspicaz senhora pudesse voltar a sua simples casa vírgula para cuidar do seu gato que havia caído no taxo de melado ponto Gato que por sua vez era um membro de uma facção separatista do sul goiano vírgula facção que por sua vez pertencia ao CRCCCTHAQMECPEUPCG hífen Comando Rosa Choque Chocante Com Três Hambúrgueres Alface Queijo Molho Especial Cebola Picles E Um Pão Com Gergelim vírgula que era um movimento de reivindicação do direitos marsupiais dos cangurus do cerrado vírgula aqueles verdinhos com bolinhas laranjas que ficam pulando o dia todo ponto final CORTA Então vírgula nosso intrépido herói resolve se manifestar vírgula e diz a seguinte frase dois pontos abre aspas tem momentos na vida que um homem tem que fazer vírgula aquilo que um homem tem que fazer fecha aspas ponto E neste momento ele grita dois pontos abre aspas o mãe ponto de exclamação E vai para casa cabisbaixo cuidar do seu cachorrinho faminto ponto Neste último evento não há espaço para um gato cair no melado vírgula por mais que isso tenha acontecido na casa do vizinho ponto final FINAL


Segue abaixo o texto com a pontuação pontuada... rsrsrs


O GATO QUE CAIU NO MELADO

Personagem um - Era pra ser um texto cômico?
Personagem dois – Não, romance...
CORTA
- Mas o padeiro não deveria ter entregado os pães hoje, é sexta-feira, ninguém come pão na sexta-feira – pensou. Então a Dona Maria retirou-se da sala do assassino e dirigiu-se para a porta, pensando no fato de que a missa de domingo não poderia acontecer normalmente, visto que não conseguiriam comer todo pão até aquele evento.
CORTA
E hoje na sala de aula a professora pergunta para o atordoado aluno (protagonista, o herói da história) por que ele não havia concluído a tarefa que fora proposta. E nisto o aluno responde: “não tive tempo”. Ao ouvir isso a irreverente e dinâmica professora responde com todo “ar de graça” que possui: “tudo bem, você pode fazer esta matéria no semestre que vem”.
CORTA
Personagem um - Mas então vossa senhoria deveria abordar o tema de forma mais sucinta, talvez levar rosas ou uma caixa de bombons?
Personagem dois – Sim, seria o prudente a se fazer, mas neste meu vasto tempo de vida percebi que a prudência não funciona bem com todas. Para algumas é necessário se arriscar mais, ousar mais, uma tal de teoria de “mulher maçã”.
CORTA
Rapidamente Dona Maria retorna para sua residência e começa a escrever cartas de despedia aos seus netos, sabendo do destino que a esperava. Naquele momento soube que o padeiro era algo mais que um simples padeiro, ele também era...
CORTA
Ao ouvir a célebre porém ofensiva frase, o aluno tenta desconversar sabendo com clareza que agora, “o seu tava na reta”. Neste momento aquele suor frio característico se manifesta na forma de uma gotícula que desce gelada pela espinha, e pensa: fudeu!
CORTA
Personagem um - Então nobre colega, o que o impede de domar e tomar o coração da jovem senhorita, que se encontra confusa e abandonada?
Personagem dois - Problema em si não há, caro companheiro, apenas o fato daquela insegurança pertinente a todo coração que se encontra perturbado, sem saber se está realmente apaixonado, acho que vou cumprir com o prometido, vou escrever uma carta de amor...
CORTA
O açougueiro turco disfarçado de alemão com sotaque japonês e ideias portuguesas na forma de vender o seu produto. Ora pois! Isso é inconcebível – pensou -, não existe cachorro quente de carne, muito menos pão na sexta-feira. Resolveu então ir falar novamente com o assassino, e encomendar um serviço discreto...
CORTA
“Não, ainda não fudeu”. Retira então de sua mochila um calendário, munido de muita esperança, e começa a verificar a possibilidade de agenciamento do seu horário na semana, visto que o tempo era seu aliado e seu pior inimigo. Ao verificar que não possuía tempo algum, e que não possui nenhum material para efetivação do trabalho, a mesma voz interior grita a plenos pulmões: “agora fudeu, fudeu mesmo!”
CORTA
PARÁGRAFO FINAL
Personagem um - Então o que está esperando? Tenho certeza que você terá o dom de conquistar a senhorita com isto, uma atitude sincera ao escrever a carta, e a ternura de suas palavras para acalentar aquele coração solitário.
Personagem dois - Preciso apenas achar minha caneta e um papel que possa reproduzir o início de tudo. Quero mostrar a ela como me sinto em relação a tudo, quero mostrar que sou apenas um frágil felino envolvido na doçura do seu melado, esse melado que me conquistou, que me envolveu como um todo e que me fez querer mais.
CORTA
O assassino que na verdade era argentino, foi encontrado pela Dona Maria sentado em sua poltrona com um chapéu de padeiro cobrindo sua cabeça, enforcado-o, e um cutelo atravessado em seu coração. Ao ver a cena Dona Maria entendeu que o mistério havia sido resolvido, com todos os três personagens que na verdade eram um, mortos no final, fazendo com que a perspicaz senhora pudesse voltar a sua simples casa, para cuidar do seu gato que havia caído no taxo de melado. Gato que por sua vez era um membro de uma facção separatista do sul goiano, facção que por sua vez pertencia ao CRCCCTHAQMECPEUPCG - Comando Rosa Choque Chocante Com Três Hambúrgueres Alface Queijo Molho Especial Cebola Picles E Um Pão Com Gergelim, que era um movimento de reivindicação do direitos marsupiais dos cangurus do cerrado, aqueles verdinhos com bolinhas laranjas que ficam pulando o dia todo.
CORTA
Então, nosso intrépido herói resolve se manifestar, e diz a seguinte frase: “tem momentos na vida que um homem tem que fazer, aquilo que um homem tem que fazer”. E neste momento ele grita: “o mããããããããe”! E vai para casa cabisbaixo cuidar do seu cachorrinho faminto. Neste último evento não há espaço para um gato cair no melado, por mais que isso tenha acontecido na casa do vizinho.

FINAL