maio 02, 2009

Dom Quixote

Valores. Bolinha de Gude na última jogada.
Memórias. Figurinha de Álbum ganha no bafo.
Infância. De cueca, pelo elevador.
Retrógrado. Sorvete de Chocolate com maionese e chiclete.

Lembrar é sempre uma viagem ao futuro do pretérito. Desejos. Como diria um sábio: “recordar é viver, e eu vivo porque amo vocês”. Não está inválido, apenas creio que amamos recordar aquilo que um dia vivemos, pois sempre será melhor do que amarmos o que somos hoje. Somos incompletos por natureza, sempre em busca do inexistente.

Maravilhoso era acreditar que o sol podia me cegar, na época em que o medo dos homens não existia. Era sublime acreditar que seu melhor amigo ia te salvar das garras do vilão, enquanto hoje batalhamos uns contra os outros apenas para sobreviver. De todas as galáxias tão distantes, o pote de biscoito em cima da geladeira estava muito além. Não tínhamos medo, o mundo era apenas o começo.

E lembrar da época quando assistir desenho era animado e não analítico. Quando jogar era lícito e não divertido. Quando ríamos uns com os outros e não uns dos outros. E quando cantar o tema do herói a plenos pulmões era a coisa mais importante no mundo, e não apenas por lembrar como foi um tempo bom.

Atacávamos nossos próprios moinhos de vento, com armaduras de ouro e coragem de meninos. Não por serem ameaças a nós, a humanidade, mas por ser um passo a ser dado, um homem a ser batido, um desafio a ser conquistado. Acima de matar ou morrer, estava o valor de um puxão de orelha da rainha, a punição máxima contra os crimes mais hediondos, inclusive o de produzir obras de arte a mão livre nos muros do castelo.

Acreditávamos em monstros de três cabeças, enquanto eles sempre tinham mais de cinco... Era puramente parnasiano, quebrar um simples copo de vidro e no âmago, ter quebrado o valor imensurável de uma alma...E era muito simples colocar alma e coração em tudo que fazíamos. Simplesmente pensar com a cabeça, e agir com o coração.

Mas nos tornamos homens com medo. Medo da vida, da morte, do mundo, de tudo. Juntando os pedaços, sempre.

Hoje olhamos pra trás e rimos daquelas crianças tão bobas. Como somos inocentes, eles que olham pra frente e riem daquilo que nos tornamos.

4 comentários:

Rodolpho Vizzotto disse...

o texto tá bem cru ainda, mas não vou tentar melhorar mais não...rsrsrs fica como texto inacabado!!!

Fernando de Assis Mota disse...

O texto ta ótimo...
ja falei, qdo crescer, quero ser igual a vocês (vc e o Marcão)
Vcs são PhóddA!

Marcus Pantaleão disse...

Puta, velho.

Fiquei sem palavras...

Paula § Danna disse...

Ow.. tocante!
Por dois minutos eu me vi sentada na frente da tv assistindo o Tom e Jerry e rindo sem culpa.

Queria mesmo voltar aos velhos tempos, mas acho que aquela garotinha inocente que eu fui nem me conhece mais.

É isso aí.. ficamos assim!